A tecnologia que permite usar Gasolina, Etanol ou até mesmo os dois juntos. Muita gente sabe o que é, mas não entende como funciona. São vários mitos e medos na cabeça do povo.
Apesar de completar 10 anos no mercado brasileiro, a
tecnologia flex ainda sofre com a desinformação. É comum ver em postos
de combustíveis motoristas misturando álcool com a gasolina para o carro
“render” mais ou para tentar fazer melhor média. E tem ainda a lenda do
grilo no motor se usar um combustível só, sem falar no medo de desgaste
das peças do motor se abastecer somente etanol.
Tudo isso é mito, diz o diretor técnico da Magneti
Marelli, Gino Montanari. Com a tecnologia de hoje, os carros flex estão
preparados para ter o mesmo rendimento com álcool ou gasolina, com
qualquer mistura, da maneira em que o motorista achar mais interessante.
“O sistema flex é desenvolvido para o veículo ter o
melhor rendimento com álcool ou gasolina ou com percentual de mistura.
Se o carro está com 40% de álcool, por exemplo, todos os componentes se
ajustam para um funcionamento perfeito com 40% de álcool. E assim para
todas as proporções”, comenta Gino.
Se você gosta de usar somente um combustível, não se
preocupe. Aquela história do motor “viciar” também é mito. E, quando for
trocar, o motor se adaptará sem problemas, sem solavancos. “O sistema
está sempre fazendo leituras e se adequando aos parâmetros da composição
atual”, conta Montanari. O especialista diz ainda que a preferência por
um ou outro combustível não interfere em nada no desgaste das peças do
motor.
Quanto à economia, o motorista precisa fazer os cálculos
para saber qual é o mais vantajoso com base no preço do combustível na
sua cidade. O álcool faz menos quilometragem por litro rodado do que a
gasolina porque queima mais rápido. Por isso, para ser economicamente
rentável, vale a pena abastecer com álcool quando ele está até 70% do
valor da gasolina na bomba. Basta pegar a calculadora.
A tecnologia flex foi criada no Brasil e vem crescendo
ano a ano. O primeiro carro bicombustível do Brasil foi o Gol 1.6 Total
Flex, em 2003. Desde lá, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea), já foram fabricados cerca de 20
milhões de carros flex. Eles representam 92% do mercado atual, excluindo
os veículos movidos a diesel.
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