Muitos pedem para que o futebol comece a usar os recursos tecnológicos para resolver as polêmicas dentro de campo.
Na Copa das Confederações de 2013, a FIFA utilizou um sistema novo para determinar se a bola entrou mesmo no gol. Esse tipo de lance é o mais drástico, pois afeta o resultado do jogo diretamente, apesar de não ser o erro mais frequente. O detalhe é que, para isso 14 (quatorze) câmeras serão instaladas nos estádios.
“O mecanismo funciona via câmeras de altíssima resolução. Serão 14 em cada estádio da Copa das Confederações: sete no lado norte, sete no lado sul. Elas ficam direcionadas à linha do gol – algumas mais verticalizadas, outras menos, em posições diferentes, espaçadas. Quando a bola cruza a linha do gol, um sinal é emitido. O relógio do árbitro vibra. E aparece escrito “gol” no visor dele”.Aí você pensa: ótimo, uma polêmica a menos. Mas, pense aí, se eles podem usar câmeras de altíssima resolução para resolver um único problema (se a bola entrou ou não), por que não usar algo assim para resolver outras polêmicas, como impedimento? Você pode pensar, o custo é o problema… Mas, veja aí quanto vai custar esse sistema:
“A tecnologia da linha do gol foi utilizada pela primeira vez no Mundial de Clubes do ano passado. Os custos oscilam entre R$ 300 mil e R$ 500 mil por sistema instalado”.Barato não é. Isso derruba aquela argumentação sobre o esporte mais barato do mundo. Argumentação que já não faz tanto sentido quando a Copa do Mundo, Liga dos Campeões da Europa e campeonatos nacionais se mostram os mais lucrativos no meio esportivo, sendo patrocinados por grandes empresas, tendo atletas milionários e direitos televisivos astronômicos.
O único motivo, então, seria o tempo perdido para se analisar imagens televisivas, o que atrapalharia o andamento da partida. Tudo bem, com relação à tecnologia da linha do gol isso faz sentido, pois o tempo que leva para avisar o árbitro é só 0,3 segundos (diríamos instantâneo), então aqui vale.
Mas, será que se perderia tempo demais para que um árbitro localizado em uma cabine, com acesso às imagens da TV pudesse analisar o lance e falar com o árbitro principal através de rádio? Pensem comigo: quantas vezes, assistindo pela TV, você viu vários replays do mesmo lance, com tira-teima e tudo, e quando voltou para a imagem ao vivo os atletas ainda estavam discutindo com o árbitro, ou a bola ainda não havia sido posta em jogo? Pois é, talvez na Europa, onde os atletas pouco reclamam da arbitragem e onde a bola rola mais do que no Brasil, isso faça mais sentido. Aqui na nossa terra, sinceramente, o tempo perdido já existe, então poderíamos ao menos ter certeza de que a decisão da arbitragem foi correta.
A adoção da tecnologia para a linha do gol já foi um avanço, vamos ver se agora, depois da FIFA provar que não é avessa à tecnologia, eles começam a estudar a possibilidade de usar as milhares de câmeras apontadas para o campo para também resolver o problema do impedimento, das faltas, ou a mão na bola por exemplo.
A Fifa e a International Board (órgão responsável pelas regras do
futebol) demoraram, mas se convenceram de que câmeras, sensores e
antenas podem ajudar os árbitros a não tomarem decisões equivocadas. A
International Board aprovou no começo de julho, por unanimidade, a
utilização de tecnologias que ajudam os árbitros a identificar se a bola
ultrapassou ou não a linha do gol.
Depois de nove meses de testes e análises, a Fifa escolheu os
sistemas Goalref (campos magnéticos) e Hawk-Eye (câmeras). Ambos serão
utilizados no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão. A intenção é que
o sistema mais eficaz seja utilizado em todas as competições nacionais e
internacionais. Nas Copas do Mundo e das Confederações, a entidade
máxima do futebol será responsável por arcar com todos os gastos.
GOALREF
Como funciona
Utiliza dez antenas nas traves e no travessão e um transmissor ligado a um processador abaixo do solo, criando um fraco campo magnético na linha do gol, como uma cortina.
Quando a bola a ultrapassa, gera uma pequena variação no campo magnético e um chip dentro da bola (1) reconhece a mudança.
Em menos de 1 décimo de segundo, um sinal de radiofrequência confirmando o gol chega ao relógio de pulso (2) utilizado pelo árbitro.
Impacto
Uma máquina posicionada a 6 metros do gol lançava bolas em alta velocidade em uma barreira de 1,90 metro, simulando um goleiro. A barreira
era movida para trás até ultrapassar a linha do gol.
Prático
O sistema foi utilizado em dois jogos do Campeonato Dinamarquês. Os resultados não interferiram na decisão do árbitro.
Bola
Teve que suportar um chute forte a ponto de o chip não se mexer. Ele precisa ficar exatamente no meio da bola.
HAWK-EYE (OLHO DE FALCÃO)
Como funciona
Utiliza câmeras de alta velocidade para filmar a trajetória da bola.
Um software, já com as medidas do campo inseridas, utiliza as imagens e, por meio do sistema de triangulação, calcula o ponto em que a bola bateu.
Se a bola ultrapassar a linha do gol, um sinal é enviado para o relógio do árbitro. A margem de erro é de 3,6 mm (a ponta de um lápis).
Desenvolvimento
Utilizado pela primeira vez em 2008 pela federação de críquete do Reino Unido. Foi abandonado por não ser considerado tão preciso.
Testes
No amistoso Inglaterra x Bélgica e na final da Hampshire Senior Cup, no jogo Eastleigh x Totton.
Bola
Como não utiliza equipamento dentro da bola, a força do chute não interfere no resultado. Mas a precisão só é alcançada caso as imagens capturem ao menos 25% da bola. Se o goleiro ou os zagueiros impedirem essa visão, o resultado não será preciso.
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