O
diretor do escritório de tecnologia educativa do Departamento de
Educação dos Estados Unidos, Richard Culatta, afirmou na tarde desta
sexta-feira, em São Paulo, que o principal desafio para acelerar as
técnicas de aprendizado é produzir um conteúdo inovador e não apenas
"requentar" aquilo que já está disponível hoje para os alunos. Ele é
responsável por um projeto do governo americano que tem US$ 1 bilhão de
aporte para o seu início. "Queremos ser modelo nisso", disse ele.
Ele
afirma que nos Estados Unidos também há uma desigualdade no ensino, de
acordo com a região dos alunos. "Nos Estados Unidos há muitas lacunas.
Estamos felizes com os novos padrões, é um desafio. Sou diretor do
departamento de Educação, trabalhei no Senado. Há fotos minhas puxando
cabos no meio da rua para conectar as escolas à internet pela primeira
vez", disse ele.
Ele
afirma que as pessoas não podem se deslumbrar com a tecnologia. "Por si
só, ela não está tornando as coisas melhores. Vamos digitalizar toda a
parte da experiência de aprendizado, mais cedo ou mais tarde. E se não
tomarmos cuidado, vamos replicar justamente os formatos que temos hoje.
Queremos criar uma visão nacional de como utilizar a tecnologia na
educação. Uma visão de como devemos utilizar essa tecnologia para
melhorar o aprendizado", afirmou.
Para
ele, um dos fatores mais importantes, que deve ser levado em conta é
personalizar a experiência do aprendizado. "A coisa menos igual que
podemos fazer pelos alunos é tratá-los da mesma forma. Precisamos pensar
em uma forma para garantir que estamos alavancando a tecnologia. O que
temos hoje é que o calendário é mais importante do que a experiência dos
alunos. Todos têm de chegar a 100% do aprendizado, mesmo que um demore
mais do que o outro. Ritmo e tempo é ajustável. Está relacionado aos
interesses dos alunos", afirma.
Segundo
ele, são precisos dados mais efetivos para a personalização do
aprendizado. "Hoje temos um cenário com livros didáticos caros,
professores não preparados, acesso à internet devagar. Os professores
precisam de mais suporte e apoio. E também é preciso oferecer aos alunos
dispositivos a preços acessíveis a todos", diz.
O
representante do governo americano participou de uma conferência
do Bett, evento inglês que está entre os mais importantes do mundo na
área de educação e tecnologia. Entre os palestrantes estão especialistas
de ministérios da Educação, incluindo Brasil, México, Reino Unido e
Costa Rica.
Fonte:Terra
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